Todo mundo precisa de remédio de vez em quando



domingo, 26 de dezembro de 2010

Sale el sol - Shakira



Estas semanas sin verte, me parecieron años. Tanto te quise besar que me duelen los labios. Mira que el miedo nos hizo cometer estupideces, nos dejó sordos y cegos, tantas veces.

Y un día después de la tormenta, cuándo menos piensas sale el sol.
De tanto sumar pierdes la cuenta, porque uno y uno no siempre son dos.
Cuándo menos piensas sale el sol

Te lloré hasta el extremo de lo que era posible, cuándo creía que era invencible. No hay mal que dure cen años, ni cuerpo que lo aguante, y lo mejor siempre espera adelante.

Y un día después de la tormenta, cuándo menos piensas sale el sol.
De tanto sumar pierdes la cuenta, porque uno y uno no siempre son dos.
Cuándo menos piensas sale el sol

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Paula e a Psicóloga



É. Nem eu acredito. Como o título sugere, eu fui sim numa psicóloga. Mas espera aí, que tem explicação.

Eu já nasci com um dispositivo não-desligável de ansiedade permanente. Desde o prézinho que eu sonho em fazer uma faculdade e ter uma profissão. Acabou que eu fiz magistério e não gostei. Cai de para-quedas em administração e, claro que pra dar aquele tchan na minha vida, me formei e fiquei na dúvida.

Pra confirmar ou pra partir pra outra, eu queria porque queria fazer um teste vocacional. Os da internet nunca me deram opções sequer aceitáveis. Depois de meses pensando, meses ensaiando, meses indecisa, acabei por pegar o telefone e ligar pra marcar um belo de um teste.

- Você já é paciente dela?

Hum. Paciente? Eu não. Paciente lembra doença e eu estava sãzinha. Paciente, ora essas...

- Sábado às 9:00 está bom?
- Acho que sim.

E lá fui eu num sábado de manhã descobrir o que eu nasci para fazer. Fiquei ansiosa e cheguei muito cedo. Andei pra lá, andei pra cá, dei a volta em alguns quarteirões e toquei a campainha. Claro que com muita discrição. O que as pessoas iriam pensar se me vissem ali, em frente a uma clínica de psicologia?

Fui muito bem recebida. Elas devem ter feito isso porque nunca se sabe quando vai chegar um louco lá, não é mesmo? (affff)

A psicóloga me levou por um corredor comprido, na sala dela. Tinha várias salinhas de cada lado e, como as portas estavam abertas, pude ver que todas elas tinham um sofá, cortina, uma cadeira e mesa de médico. Dei risada. É tudo bem como a gente imagina mesmo. E eu ri porque com certeza a sala de teste vocacional seria algo bem menos clichê (afinal era teste vocacional, não terapia).

Pois não é que a sala dela era igualzinha às outras? Igualzinha... Oxe...

- Paula, pode sentar onde você quiser. Alguns preferem sentar mais na ponta, outros mais no meio... Fique onde você se sentir confortável.

Pronto. Foi o suficiente pra eu encanar. Sentar onde eu quiser? Lógico que eu ia sentar onde eu quisesse. O pior foi o tom. Calmo. Tranquilo.
Ela pegou umas folhas, uma prancheta e sentou na cadeira, olhando pra mim.

- Você se importa se eu anotar algumas coisas?

E então nós começamos. Olhei pra todos os lados procurando um computador, ou apostilas, ou folhas avulsas dos testes que eu iria fazer. Estava feliz porque eu finalmente saberia se estava ou não no caminho certo. Que alívio seria! Quanto tempo será que ia demorar? Porque eu estava pagando bem carinho pra não sair dali com uma resposta. Pensei com os meus botões que talvez acabasse umas onze, ou um pouco depois.

- Então, Paula. Conta pra mim um pouquinho da sua vida. Quem é a Paula?

Bom, devia fazer parte do teste, né? Ou vai ver que ela estava só querendo fazer amizade.

Mas não. Não. Não. Não. Não. A bandida fez todas aquelas perguntas que no final vão fazer ela achar que a culpa de tudo na sua vida é da sua mãe. Todas aquelas perguntas que você pensa bem se vai ser sincero ou não. Todas aquelas perguntas que fazem você querer chorar porque sua vida é um desastre.

Perto das dez ela já foi cortando o assunto e eu pensei: é só isso? Toda aquela fortuna por só isso? Uma hora de perguntas que eu nem queria responder? Vim pra casa com a cara pegando fogo de raiva.

Eu fui analisada!

E eu nem queria terapia!

Eu só queria que ela dissesse pra mim que eu serei uma boa administradora ou que era pra eu prestar vestibular pra zootecnia! Eu me meto em cada uma, viu?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Era bem o que eu precisava



"Teme menos, espera más; come menos, mastica más; quéjate menos, respira más; habla menos, da más; odia menos, ama más; y todas las cosas serán tuyas"

Provérbio Sueco

sábado, 16 de outubro de 2010

Quase 31 coisas na minha casa

Sabadão sem muita coisa pra fazer, em casa esperando das 20:00 hrs pra sair com meus amigos. Cansada de msn, twitter e orkut. Vamos fazer o que, então? Brincar de tirar foto, claro.

Dificuldade #1: Hei, por que minha câmera digital não está funcionando?
Dificuldade #2: Oxe, vou tirar foto do quê?
Dificuldade #3: Tarde nublada não tem muita luminosidade, né?
Dificuldade #4: Não cabe numa postagem as 31 fotos que eu tirei.








terça-feira, 12 de outubro de 2010

Mega Sena



Eu nunca me interessei muito em apostar na Mega Sena. Pra falar a verdade eu nunca tinha apostado antes desse prêmio gigantesco de 115 milhões. E também não iria apostar se não tivessem me ligado avisando que iam fazer um jogo pra mim.

- Que números você quer?
- Ai, meu Deus... Assim, do nada?
- É, fala logo que eu estou na fila.

Olhei no papel de rascunho da minha mão, na hora do relógio, no arquivo aberto no computador e no celular. Talvez o mundo todo estivesse conectado a favor da minha sorte e me dando sinais. Eu só tinha que interpretá-los.

- Tá. 50, 57 e 11.
- Hum, que mais?
- Mais?
- É, Paula. Mega Sena são seis números.

Hum. Será que todo mundo sabe disso menos eu?

- Tá. 19, 02 e 35.

É claro que eu não ganhei. Não acertei nenhum número. Onde foi parar a sorte de principiante? Não era pra eu ter ganho essa? Deeeer, claro que não. Mas até umas oito horas da noite eu fiquei pensando: o que eu faria com todo aquele dinheiro?, como se eu realmente fosse ganhar.

É claro que a cabeça da gente voa, e a minha voa mais ainda por natureza. Primeiro eu tiraria umas férias do meu emprego pra poder curtir meu caso de amor com meus milhões (só metade do prêmio porque eu tinha prometido dividir). Acho que daí eu compraria tudo que sempre quis e me refreei, coisas toscas mesmo: os livros da Marian Keyes pra completar minha coleção, os novos DVDs de Smallville, adesivos decorativos pra pôr na parede do meu quarto, um quadro de tulipas, um rádio bom, mais roupas, mais perfumes e, claro, mais sapatos.

Munida dessas coisas eu iria à caça do meu carro novo, que não precisaria mais ser usado. E daí compraria uma casa também e tudo pra colocar dentro dela. Daí é claro que eu teria que contratar um decorador porque senão ia ser tudo rosa, amarelo, azul claro e vermelho. E ia também contratar algumas pessoas porque eu odeio organizar, arrumar e limpar. Que vida feliz que seria!

Próximo rombo no orçamento: viagens! Eu iria pra tudo quanto é lugar. Da Favela da Rocinha à Grécia. Finalmente ia ter um passaporte e ia fazer questão de carimbar qualquer lugarzinho em branco que ainda restasse. Daí, só pra não bater aquela depressão de quem não tem o que fazer – porque eu ainda estaria de férias do meu emprego – eu faria vários cursos, de línguas, de artesanato, de lutas... tudo!

Todo mundo sabe que foi somente uma pessoa que ganhou. E, como já disse, não fui eu. Pra me consolar vou continuar tentando me convencer de que a vida pra quem tem tanto dinheiro assim não tem graça. (Vai sonhando)

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Coisa de criança



- Alô?
- Alô, é da casa do Osvaldo?
- Aqui não tem nenhum Osvaldo.
- Ah. Eu queria falar com o Osvaldo.
-Queee bôoom.

(¬¬’)

- Ma, é a Paulinha. Chama a vó ai pra mim.
- Por que você não joga mais Colheita Feliz?
- Ah, porque eu não gosto mais.
- Você joga o quê?
- Eu gosto de Vila Mágica. Por que você não faz um pra você?
- Como que é?
- Você cria um bichinho, cuida dele, compra roupa, comida, trabalha...
- E dá pra matar??

(¬¬’)

- E ai, você vem pra cá no final de semana?
- Não, eu vou pra Rosana.
- Ah é? Por que você vai pra lá?
- Porque eu quero, oras.

(¬¬’)

sábado, 18 de setembro de 2010

Ao contrário



Semana passada eu assisti um filme daqueles do tipo que eu adoro e meu namorado odeia: romance meloso. Podem ser todos iguais, terem finais previsíveis e não servirem pra nada além de suspirar, mas eu gosto mesmo assim.

O filme se chama “500 dias com ela” e é uma gracinha, bem daqueles que eu gostaria de ter escrito, porque é tudo que eu penso. Não dá pra descrever direito, tem que assistir. Ou melhor ainda, passar pela história.

O Tom é uma gracinha de menino apaixonado. Enquanto eu assistia, tinha uma vontade incrível de ser a Summer de alguém, de deixar alguém tão feliz somente pelo fato de existir e estar ali, presente. Ah, vá... vai dizer que você não acredita em contos de fadas? Eu sempre acreditei e não estou nem aí pra quem me acha boba (inclusive eu mesma).

* Pausa para falar de contos de fadas *

Sim, príncipes encantados existem. O problema é que nós temos uma visão distorcida do que é um príncipe encantado. E isso é tudo culpa dos livros, das músicas, dos filmes. Você já reparou que todos os contos, TODOS, tratam só do começo da relação? Acabam bem na hora que eles se casam, geralmente pouquíssimo tempo depois de ficarem juntos. Todo começo é perfeito, cheio de emoção, paixão, vontade... E daí alguém inventou aquele “E viveram felizes para sempre” pra não decepcionar a gente com o que sempre vem pela frente.

* Voltando sobre o filme *

Claro que todo filme de romance tem alguma decepção no caminho, faz parte do roteiro. E que tombo que o Tom levou. E puxa vida, eu conheço direitinho todo o caminho pra frente, igualzinho igualzinho. E então eu percebi que na verdade, não sou a Summer de ninguém, eu sou o Tom. Que coisa, né? A gente nunca pode ser o que quer.

sábado, 11 de setembro de 2010

Oooxe...



Hum, acho que deve estar na hora de mudar o título do blog.
Não é mais uma cápsula por dia, e sim uma cápsula por semana.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Experiência



No processo de seleção da Volkswagen do Brasil, os candidatos deveriam responder a seguinte pergunta: 'Você tem experiência?'

A redação abaixo foi desenvolvida por um dos candidatos. Mas a verdade é que eu queria ter escrito isso :)


"Já fiz cosquinha na minha irmã pra ela parar de chorar.
Já me queimei brincando com vela.
Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto.
Já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo.
Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista.
Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora.
Já passei trote por telefone.
Já tomei banho de chuva e acabei me viciando.
Já roubei beijo.
Já confundi sentimentos.
Ja peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido.
Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro.
Já me cortei fazendo a barba apressado.
Já chorei ouvindo música no ônibus.
Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que eram as mais difíceis de esquecer.
Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas.
Já subi em árvore pra roubar fruta.
Já caí da escada de bunda.
Já fiz juras eternas.
Já escrevi no muro da escola.
Já chorei sentado no chão do banheiro.
Já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante.
Já corri pra não deixar alguém chorando.
Já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.
Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado.
Já me joguei na piscina sem vontade de voltar.
Já bebi uísque até sentir dormente os meus lábios.
Já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar.
Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso.
Já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial.
Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar.
Já apostei em correr descalço na rua.
Já gritei de felicidade.
Já roubei rosas num enorme jardim.
Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um 'para sempre' pela metade.
Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol.
Já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão.

Foram tantas coisas feitas...

Tantos momentos fotografados pelas lentes da emoção e guardados num baú, chamado coração.

E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita: 'Qual sua experiência?' Essa pergunta ecoa no meu cérebro: experiência... experiência... Será que ser 'plantador de sorrisos' é uma boa experiência? Sonhos!!! Talvez eles não saibam ainda colher sonhos! Agora gostaria de indagar uma pequena coisa para quem formulou esta pergunta: Experiência? Quem a tem, se a todo o momento tudo se renova?"



Silvio Calazans - (Publicado no jornal interno do RH - Volkswagen do Brasil - nome do candidato não mencionado)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Eu odeio, tu odeias...


Toda vez que eu sinto ódio eu penso algo do tipo: Não, Paula... Isso não é certo, você não deve sentir ódio e raiva porque só fazem mal a você. E daí eu tento me controlar e fingir que sou superior a este sentimento.

Você odeia aquela vizinha maldita? – Não, odiá-la não faz com que ela bata o carro importado novinho na garagem.

Você odeia aquele puto que pára todo dia na sua vaga? – Odiá-lo não vai fazer com que o galho da árvore caia do nada e quebre o parabrisa.

Você odeia a atendente da padaria que sempre passa a sua vez de ser atendida? – E daí? Odiar a menina não vai fazer com que ela perca os dedos na máquina de fatiar frios.

Pois hoje eu resolvi mandar esse meu pensamento se foder. Ah, vá... Eu não sou nenhuma pessoa exemplar, então porque tenho que exterminar os sentimentos ruins? É tudo papo pra boi dormir, balela. Eu também odeio (e odeio muuuuito), eu também queria que aquela pessoa fosse atingida por um raio, ou atropelada violentamente, ou queimasse no fogo do inferno. E daí? Penso isso mesmo! E ainda dou sorrisinhos maquiavélicos quando penso nessas cenas.

Odeio e odeio com orgulho à partir de hoje. Eu quero que todo mundo que eu não engulo vá se ferrar, que tropece e esfole o nariz na calçada, que quebre a perna descendo a escada, que fique careca e banguela.

Eu posso ser ruim também. Eu sei que pareço tontona e boazinha – ainda mais por causa da porcaria de óculos e a droga desse cabelo lambido – mas a minha mãe sempre disse que eu tenho cara de vilã. Hora de assumir o meu papel.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Sobre beleza

Dias de TPM já viu, né? Tudo bem que eu tenho só um dia sem TPM por mês, então já estou super acostumada. Mas daí hoje vi uma reportagem na internet falando que a atriz de "A Usurpadora" estava sendo envenenada e procurei umas fotos dela no google pra relembrar como era. Gente, que mulher liiiiiiinda! E apareceu também umas fotos de mulheres mexicanas - aquelas das novelas, sabe? - e, pra variar, todas liiiiiiiiindas...

É obvio que eu fiquei me sentindo a mais feia das criaturas... Uma mistura de patinho feio com Edward Mãos de Tesoura. Dai apareceu uma foto da Thalia e pesquisei fotos delas porque dancei muito tempo da minha infância aquelas músicas bregas que ela cantava (quem não lembra: "Marimar, costeñita soy..."?).

Bom, pra finalizar, lá vieram trilhões de fotos maravilhosas da Thalia e, novamente, me senti um monstrinho. Daí acho que Deus ficou com dó de mim, rs, e apareceu uma foto do além, que aposto que se a Thalia soubesse que está na internet, mandava tirar na hora.



Então, é claro, depois de constatar isso eu fiquei muito mais feliz. Quando é que todos vão perceber que é tudo sobre maquiagem? Se a Thalia pôde ser consertada, o dia que eu tiver dinheiro eu também posso me consertar :)

(Ê papinho de mulher invejosa....)

domingo, 15 de agosto de 2010

Ah, tá. Entendi



O problema de se escrever sobre as coisas, é que as tornamos reais.
E coisas reais desmoronam.

sábado, 14 de agosto de 2010

Momentos pelos quais se apaixonar


- Quando ele chega mais cedo pra fazer uma surpresa.

- Quando ele liga no meio da madrugada pra dizer que estava pensando em você.

- Quando ele não passa perfume porque você já disse que está com dor de cabeça.

- Quando ele manda você pôr um chinelo, senão vai ficar resfriada.

- Quando está chovendo e frio e ele te agasalha com o que estava vestindo.

- Quando ele te põe pra dormir e deixa um bilhete de bom dia pra você ler quando acordar.

- Quando ele chega em casa cheio de compras, pra cozinhar algo especial pra você.

- Quando ele te pega no colo e te força a ir ao médico mesmo quando você não quer.

- Quando ele elogia a cor da sua unha.

- Quando ele lê e aluga Harry Potter pra você.

- Quando ele te sopra porque está calor.

- Quando ele esconde um chocolate na sua bolsa.

- Quando ele seca o seu cabelo por causa da sinusite.

- Quando você quer dormir enquanto ele quer sair e ele entende.

- Quando você está de mau humor por causa da TPM e ele te compra doce.

- Quando você precisa comprar roupa e ele aparece com dois bichinhos de pelúcia numa
sacola, no meio de uma loja cheia de mulheres.

- Quando você anda meio doente e ele te compra um chaveiro escrito saúde em japonês.

- Quando você está chata e ele manda você chupar limão.

- Quando ele estudou e trabalhou a semana inteira, mas mesmo assim divide a cama de solteiro com você numa sexta-feira.

- Quando ele escreve “eu te amo” com pasta de dente no box do banheiro.

- Quando ele te dá todas as moedas porque você comprou um cofrinho.

- Quando ele acende as luzes da casa pra você não ter medo quando assiste filme de terror.

- Quando ele te chama pra deitar no peito dele depois de um dia cansativo.

- Quando ele sorri por causa de alguma coisa que você disse.

- Quando ele aceita ir no aniversário de um ano do seu primo e é a melhor companhia do mundo.



"Quando fala o amor, a voz de todos os deuses deixa o céu embriagado de harmonia."
Shakespeare

sábado, 7 de agosto de 2010

Dia de limpeza


De vez em quando eu tenho certeza de que não nasci pra ser “do lar”. Cada vez que minha avó viaja e me deixa sozinha com a minha tia é um caos, porque o acordo é este: ela cuida da casa inteira e eu do cômodo mais terrível (meu quarto).

Meu dia já não começou muito bem porque nem era pra eu estar em casa. Todo o pessoal do CEFAM combinou de se encontrar hoje e tudo já estava esquematizado. Eu só não contava com acordar seis horas da manhã com uma baita crise de sinusite. E estava um veeeeeeeento lá fora... Se eu saísse era capaz de morrer antes de chegar no ponto de ônibus. Fiquei triste por não ir.

Daí o jeito foi continuar na cama até enjoar de tanto dormir. Acordei umas dez horas e fiquei assistindo Sábado Animado com aquela menina feia (eu tenho medo da Maisa).

O que eu ia ficar fazendo o sábado todo? O De estava estudando e minha única companhia era o gato branco. (Não, este não é o gato dos infernos... aquele lá é preto e sumiu um dia depois que eu escrevi uma carta na internet ameaçando ele). Bom, uma hora ou outra eu ia ter que arrumar o quarto, então quanto antes melhor.

Limpei a escrivaninha e joguei um monte de coisa fora. Ela estava grudando e eu pensei em passar um creme hidratante de madeira (como chama isso, Poliflor?) pra limpar. Mas é claro que eu não tinha nem idéia de onde isso estava e saí caçando. Quer saber onde eu achei? Atrás da caixa de ferramentas. Minha avó é mais lelé que eu.

Já que eu tinha jogado um monte de coisa fora e a escrivaninha ficou tão linda limpinha eu me empolguei. E se eu arrumasse as gavetas? E se eu arrumasse a estante? E lá fui eu fazer tudo isso.

Com as gavetas foi tranqüilo. Não faço idéia de porque guardei tudo aquilo porque depois de arrumar sobrou tanto espaço! Até eu me impressionei. Adoro jogar coisas no lixo. Pena que eu nunca tenho paciência, mas o quarto fica muito mais agradável.

Já com a estante o negócio foi um pouco mais complicado. A primeira gaveta que eu abri estava enfurnada de coisa velha e quebrada. Mas ai eu vi meus estojos de lápis de cor e tudo mudou. Como eu sou apaixonada por lápis de cor! E, como hoje era dia de CEFAM, fiquei super nostálgica.

Lá que era lugar de se estudar. Tínhamos total liberdade pra usar lápis de cor, canetinha, purpurina, adesivo, recorte de revista, giz de cera, fitilho... tudo, tudo que quiséssemos nos nossos trabalhos e cadernos. Eu cheguei a pintar todas as folhas do meu caderno de estágio... Éramos totalmente livres pra criar e colorir. Cada menina era mais talentosa que a outra. Senti muita diferença na faculdade. Tudo muito sério, muito preto, muito sem graça. Acho que é por isso que transferi toda a minha coloridade pras planilhas que utilizo no trabalho.

E então eu me lembrei da minha paixão pelos lápis de cor. Meu material favorito! Eu não emprestava de jeito nenhum e rosnava se alguém chegasse perto. Ficavam num estojo lindo e eu apontei o fim de todos para conseguir distingui-los dos das outras meninas. Ah, os lápis de cor... Lembro que meu sonho de consumo era um estojo ma-ra-vi-lho-so de lápis Faber Castell importados da Alemanha com mais de cem cores que tinha na Jalovi.

E todos estavam ali, bagunçados, mas ali. Tinha dos de 24 cores, os de 48, os bi e os fluorescentes. Então eu vi os mais preciosos: os aquareláveis! Aquilo era quase uma relíquia! Eram caréeeesimos e a maioria eu consegui por chantagear o Mário por alguma coisa que eu não me recordo.

Mas estava tudo meio misturado. Como que eu ia saber ao certo quais eram os aquareláveis? Não dava pra ler porque estava meio raspado de tão velho e eles também tinham o fundo apontado, pra eu saber que eram meus. Não tive dúvida: lambi todos pra ter certeza. Minha língua e minha mão ficaram todas pintadas. Daí eu fiquei com dó porque estavam tão sujinhos... pareciam lápis de creche velha. Resolvi limpar com algodão e Veja. (Não todos porque eu não sou louca. Só os que eu lambi). A gente sabe que uma pessoa é louca quando descobre que ela limpa lápis de cor velho... Com tanta coisa pra fazer no mundo!

Então eu encontrei um outro estojo. Também cheio de lápis de cor, mas aquele era diferente. Todos os lápis eram pequeninos. Não deviam ter nem três dedos de comprimento e uns eram menores ainda! Primeiro eu fiquei pensando: o que faz uma pessoa guardar um estojo cheio de lápis inutilizáveis? Mas eles estavam tão bonitnhos (sujos, mas bonitinhos), pareciam uma família feliz de lápis de cor anãos e eu resolvi deixá-los ali mesmo. Afinal, se eu resolvi guardar era porque devia ter alguma importância.

Depois de separar e apontar todos os meus lápis, cuidei da caixinha de purpurina e depois dos meus retalhos de papel. Que saudade de ser criativa!

Meu quarto acabou ficando muito mais sujo do que quando eu levantei. Tive que limpar de novo, e varrer. Daí eu descobri que não sei onde fica a pá de lixo. Não estava atrás da caixa de ferramentas também. Joguei lá no cantinho, espero que minha tia não fique brava.

E, já que eu encarnei o espírito de Amélia mesmo, acho que vou tomar um banho e passar no mercado comprar algumas coisas pra cozinhar à noite. Confesso que não sei fazer nada, mas achei meus livrinhos de receita, então...

sábado, 31 de julho de 2010

Teenage Dream



You think I'm pretty
Without any makeup on, You think I'm funny
When I tell the punch line wrong, I know you get me
So I let the walls come down, down, before you met me
I was alright but, things
Were kinda heavy, you brought me to life, now every february
You'll be my valentine, valentine

Let's go all the way tonight
No regrets, just love
We can dance, until we die
You and I, will be young forever

You make me feel
like I'm livin' a teenage dream
The way you turn me on
I can't sleep
Let's run away and
Don't ever look back,
Don't ever look back

My heart stops
When you look at me
Just one touch
Now baby I believe
This is real
So take a chance and
Don't ever look back,
Don't ever look back

We drove to Cali
And got drunk on the beach
Got a motel and
Built a fort out of sheets
I finally found you
My missing puzzle piece
I'm complete

Let's go all the way tonight
No regrets, just love
We can dance, until we die
You and I, will be young forever

You make me feel
like I'm livin' a teenage dream
The way you turn me on
I can't sleep
Let's run away and
Don't ever look back,
Don't ever look back

My heart stops
When you look at me
Just one touch
Now baby I believe
This is real
So take a chance and
Don't ever look back,
Don't ever look back

I'ma get
Your heart racing
In my skin tight jeans, be your teenage dream
Tonight
Let you put your hands on me
In my skin tight jeans, be your teenage dream
Tonight

You, Make, me
Feel like I'm living a
Teenage dream
The way you turn me on
I, can't, sleep
Let's run away and
Don't ever look back, don't ever, look back
My, heart, stops
When you look at me,
Just, one, touch
Now baby I believe
This, is, real
So take a chance and
Don't ever look back, don't ever look back

I'mma get your heart racing
In my skin tights jeans
Be your teenage dream tonight
Let you put your hands on me
In my skin tight jeans
Be your teenage dream tonight


Katy Perry
(mais docinho do que eu)

domingo, 25 de julho de 2010

Gente Lego


Sendo eu uma menina (mais pra moleque que pra mocinha, mas ainda assim uma menina) e tendo como meus brinquedos cotidianos várias barbies falsas, móveis de brinquedo, ursinhos de pelúcia e um Pense Bem, eu nunca passei muito tempo com brinquedos de encaixe. Porém eu sei como eles funcionam, e gostaria de ser um boneco de montar e desmontar.

Está com sinusite, Paula?
Então espera ai que a gente troca a sua cabeça num minutinho. Gostaria de uma com outro formato? O que acha de mudar a cor do seu cabelo? E dos seus olhos? E se acertássemos o seu nariz um pouquinho? Quer um pouco menos de bochechas?

Seu joelho anda te dando problemas, Paula?
Facílimo de resolver. Temos um modelo novo de joelho, o Pró Movimentation XH1 2000. Pode ser trocado na hora, você escolhe a cor que mais lhe agrada e oferecemos garantia de 20 anos.

Suas unhas quebram com muita facilidade?
Nós oferecemos implante de unhas mais fortes, compridas e no formato que te agradar. Além disso, a cor utilizada pode ser pré-progamada, e mudará automaticamente de acordo com a sua instrução, evitando idas à qualquer manicure e tendo unhas simplesmente perfeitas a todo momento.

Sofre com seu coração?
Sem problemas! Podemos trocá-lo para você por outro sem emoções. Você não sentirá ciúmes, saudade, implicância, ódio, raiva, inveja... nada que não lhe agrade. É possível escolher os sentimentos e por quem senti-los. Nunca mais você sofrerá com amores não correspondidos, falta de segurança, fisgadas de raiva quando vê alguém que não gosta... essas coisas de gente boba.

E em minutinhos, talvez horas, eu teria uma nova cabeça, um joelho bom, unhas lindas e um coração obediente.

Talvez o que eu esteja precisando trocar seja o meu cérebro, para parar de pensar coisas assim.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Filosofia para bonecos


Enquanto minha avó e o Matheus ficam jogando Mario Bros e Bomberman na sala, eu fico matando meu tempo no quarto, com The Sims 3. Já fazia um milhão de anos que a Tata tinha instalado pra mim, mas eu tinha esquecido de jogar. Pois é, lembrei há umas semanas e agora to meio fanática.

Acho que não devo ter brincado de boneca o tanto que devia quando era pequena, porque eu adoro cuidar dessas pessoinhas que eu crio. Pôe pra tomar banho, leva pro trabalho, faz estudar, troca de roupa... E tem até interações adultas! (hehehe).

Criei uma tal de Pauline Weiss. Fiz ela parecer um pouco comigo mas nem pra isso eu tenho dom. Fiz o desejo da coitada ser uma jornalista de sucesso. Ela trabalhou um monte, se dedicou pra caramba ao serviço e sabe o que aconteceu? Ficou velha e morreu – quer dizer, não morreu ainda, porém logo vai.

Fiquei triste porque dediquei um bom tempo a criar uma boa vida pra ela. A Pauline tem um ótimo salário, uma casa grande e bem decorada, é cheia de habilidades e tudo mais. Só que fazendo tudo isso, não deu tempo pra ela se casar e ter filhos. Então quando morrer, tudo que eu construí não vai servir de nada! Nada!

Isso me fez perceber que a vida é mesmo assim, não? Temos que nos dedicar à várias coisas ao mesmo tempo pra ter algo no final. De que adianta ter tudo e ser sozinha? Mas aposto que se eu criar uma família não vou dar conta de ninguém e nenhum deles vai ser bem sucedido. Todo mundo vai trabalhar, trabalhar, trabalhar e morrer.

E se na vida também for assim? E se eu tiver que escolher entre carreira e família? Não tenho dom nem pra cuidar de mim! (Nem do Fluflu, peixe dos infernos que graças à Deus já morreu – culpa minha).

Achei uns códigos bacanas na internet, mas meu jogo não é original então só funcionam algumas coisas. Serviu pra ganhar dinheiro (que a Pauline já tinha porque deixou de namorar e casar pra ganhar) e pra dar risada com algumas piadas:

Jokeplease: Qual lado da galinha tem mais penas? O lado de fora, dãaa...
Joke please: Que horas são quando um elefante senta na sua cerca? Hora de comprar cercas novas...
Jokeplease: Por que as plantinhas não falam? Porque são mudas...
Jokeplease: O que um cavalo foi fazer no telefone? Passar um trote...

[[Isso me lembrou das piadas da Li no domingo. Eu filmei ela contando com o meu celular novo da china/paraguaition, mas sei lá o que eu fiz que parou de filmar 2 segundos depois que começou. As dela eram assim:

- Qual é o site do cavalo?
www.cavalo.com.com.com.com.com.com.com...

- Qual é o ao contrário de titia?
Ti-noite.]]

Desviei o assunto, eu sei...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Soneto do amor maior


Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.

E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal-aventurada.

Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer – e vive a esmo

Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.

Vinícius de Morais

*por um tempo distante, tão distante que eu nem sei quando foi*

Meio estranho


Eu ando pensando muito. Eu não ando tendo tempo pra nada, mas pra pensar está dando. Tem muito serviço na minha cabeça, estou começando a achar que estou sobrecarregada, porque mesmo em casa, sem fazer nada, eu não descanso.

É claro que quando eu penso não é sobre trabalho – pelo menos não na maioria das vezes. Ando pensando sobre a minha vida e sobre as coisas que eu quero, ou que não quero, ou que queria. Não é esta a fase em que tudo deveria estar em seu lugar, certinho?

Está tudo meio estranho. Não tenho certeza se cheguei onde queria. E agora eu faço o que? Continuo assim porque é mais fácil e já cheguei até aqui, ou volto pro começo? Estou me achando tão velha...

Queria que alguém me dissesse o que fazer, que alguém tomasse decisões por mim... Meu desejo agora é ser um bonequinho do The Sims quando eu crescer. Quero um estagiário pra minha vida de adulta.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Bom, eu sou uma INFJ


Ontem eu estava com a idéia de escrever sobre um milhão de coisas. Dai hoje cheguei em casa exausta porque voltei à minha vida de gente grande e vi um e-mail da minha mãe com um teste de personalidade. Faça você também, em: http://sites.mpc.com.br/negreiros/quiz.html

O que aconteceu é que eu sou INFJ - e não entendi bem o que isso quer dizer. Eu geralmente falo muito de mim, vamos ver o que o teste falou (só algumas coisas, porque o resultado é enorme...):

(Aproximadamente 2-3% da população)- puxa, que minoria, hein?

INFJs habitam um mundo de idéias. Eles são independentes, pensadores originais com fortes sentimentos, princípios firmes e integridade pessoal. Frequentemente vêem significados mais profundos e têm uma percepção intuitiva das situações. Suas inspirações são importantes e válidas para eles, mesmo que os outros não compartilhem do seu entusiasmo. - por enquanto Paulinha escrita.

Eles valorizam a integridade e podem ser determinados a ponto de serem teimosos - viu, eu falei que o problema não era a minha teimosia. Tem outro nome, viu? Determinação...

Eles preferem se concentrar com grande profundidade em uma coisa por vez, o que pode resultar em períodos de obstinação. Eles estão conscientes das emoções e interesses das outras pessoas e, com frequência, lidam bem com pessoas complicadas. Eles podem ser reservados e difíceis de se conhecer, mas são desejosos de compartilhar seus mundos internos com aqueles em que confiam. Eles são frequentemente perfeccionistas e podem ser hipersensíveis à crítica. Embora sejam determinados, eles também têm dificuldade em lidar com conflitos nos relacionamentos e podem se tornar frustrados ou desiludidos se conflitos desenvolvem.

Olha só todas as profissões que são sugeridas pra mim:

•Orientador educacional - não
•Professor de educação especial - não mesmo
•Bibliotecário - hum...
•Artista - claro... famosa ainda ¬¬'
•Dramaturgo - (?)
•Romancista/Poeta - capaz ¬¬'
•Editor/Diretor de arte - oxe...
•Designer gráfico - mas eu sou meio daltônica!
•Gerente de recursos humanos - o.O
•Analista de cargos e salários - RH de novo?
•Advogado ambientalista - é, menos a parte de advogado
•Negociante (de idéias e/ou serviços) - credo
•Nutricionista - não mesmo
•Arquiteto - de casa de boneca
•Tradutor/Intérprete - olha! um legal!
•Cientista social (Ciências Sociais) - cientista é brega
•Fonoaudiólogo - nem morta
•Terapeuta ocupacional - sinônimo de desocupada
•Naturologista (Naturologia Aplicada) - nem sei o que é
•Orientador vocacional e profissional - de novo?
•Psicólogo - cada uma ¬¬'
•Genealogista - ahn?
•Massoterapeuta - (...)


CADA COISA, NÉ?

Só espero que fazer esses testes nada a ver de internet não virem mania minha assim como de comprar cofre de bichinhos.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

E viva o banco de horas!


É bem verdade que quanto menos tempo você tem, mais coisas você faz. Estar de folga é uma delícia e eu adoro não fazer nada, porque eu tenho tempo. Estou ocupando tudo com maratonas de Glee, Smallville, organização dos meus filmes, brincadeiras idiotas no Orkut, vídeo-game, comelança de coisas hiper saudáveis (sorvete, salgadinho, refrigerante, biscoito, chocolate, amendoim...), namoro e soneca. Puxa, que vida dura... Estou até feliz que o meu corpo esteja doendo tanto de nem levantar da cama.

Como nem tudo é perfeito, talvez na quinta-feira eu nem caiba mais nas minhas calças número 38. Justo eu, que demorei tanto pra conseguir. Vou ter que fechar um pouco mais a boca e parar de descontar a minha ansiedade na comida, porque eu comprei mais uma, e não admito ter prejuízos com roupa (nem que fiquem aparecendo sobras acima do cós, argh!).

terça-feira, 13 de julho de 2010

Tempo




Alguém mais precisa de tempo?
Ainda mais com um novo bebê pra cuidar: cartasparaeles.blogspot.com

Vamos fazer um leilão....

26 horas por dia? 28?

Quem dá mais?

quinta-feira, 1 de julho de 2010

A aventura não tinha terminado


Home sweet home!

Nossa, como é bom estar em casa!

Muito bacana estar numa cidade diferente, com pessoas diferentes, num trabalho diferente. Cheguei em Curitiba empolgadíssima, me sentindo a pessoa mais adulta desse mundo. Deu vontade de morar sozinha, de me virar, mas isso passou bem rapidinho, ainda bem!

Eu gosto de chegar em casa e ver brinquedo de criança espalhado no chão da sala, gosto de ouvir barulho de conversa na cozinha, gosto do som dos passos pesados do meu tio, gosto dos sermões diários que a minha avó faz. Gosto mais ainda de não ter que fazer interurbano e de poder comer o que eu quiser, porque eu que vou pagar mesmo...

Não saberia viver sozinha. Pelo menos não numa cidade longe daqui.

Todas essas sensações faziam no dia da volta que eu ficasse mais ansiosa ainda pra deitar na minha cama. As coisas não acabaram daquele jeito. Claro que não...

Depois de dois mil anos esperando o avião pra Sampa, consegui sentar no meu lugarzinho que – coincidência ou não – era novamente na janelinha. Só que, como não estava num dia de sorte, era bem em cima da asa, então adivinha? Não vi nada e quase tive torcicolo de tanto que espiei a janela de trás.

Eu estava emburrada, irritada, chateada e cansada. Ainda ia demorar tanto pra chegar em casa... Como aquele aeroporto era confuso! Não gostei, não... mil chamadas pra mil lugares diferentes! Por que eles não pensam nos marinheiros (ou aviadores?) de primeira viagem?

De vez em quando eu me endireitava na poltrona. Que droga, em todas as viagens alguém me chamou a atenção:

- Senhora, pode pôr seu assento na posição vertical, por gentileza?
- Senhora, pode fechar a mesa de apoio, por favor?
- Senhora, coloque a mala abaixo do banco da frente, por gentileza?

Tudo culpa da minha grande e incurável distração. O cara podia repetir o quanto ele quisesse no microfone que era pra voltarmos nossos assentos na posição vertical que eu não ia escutar, estava muito ocupada vendo a praia que estava abaixo de mim.

Opa.... Praia??

De onde diabos surgiu aquela porcaria de praia????

Pronto, foi o suficiente pra eu ter falta de ar, ficar zonza, ter calafrio e começar a suar. Eu tinha ouvido várias vezes no aeroporto que algum daqueles vôos ia para o Rio de Janeiro, mas eu não ia! Eu queria a minha cidade mais do que tudo nesse mundo. Peguei o avião errado? Não, não era possível! Juro por Deus que se não fosse tão tímida tinha cutucado o executivo do meu lado: “Hei, amigo... esse avião vai pra São Paulo, né?”. Imagina o mico de uma pergunta dessas no meio da viagem.

O jeito foi ficar quieta e olhar cada vez mais para trás pra ver a janelinha. Eu bem que podia estar sonhando, não? Queria acordar e descobrir que tudo tinha sido um pesadelo maldoso, e que nenhum vôo ia ser cancelado naquele dia.

Fiquei com mais medo ainda quando o comandante disse que iríamos aterrissar em alguns minutos, não disse onde e aquela porcaria de praia não sumia nunca. Daí eu juntei as minhas mãozinhas e fiz várias promessas: se eu estivesse no caminho certo, poderia dar cem pulinhos, comprar um presente pro gato, chegar todo dia cedo no serviço, tratar melhor chato do vizinho... essas coisas.

Só na minha cabeça mesmo que era possível ter pegado o avião errado... Deeeerrr... Como se eles não conferissem 3 vezes cada passagem. Fiquei até feliz de pisar em São Paulo – argh – novamente.

Pra quem pensou que tudo seria igualzinho na volta quanto na ida, eu realmente me surpreendi. Nem a minha mala estava lá na esteirinha esperando por mim. É uma sensação esquisita ver todo mundo pegando a mala e a esteira ficando cada vez mais vazia e você ali, esperando. Menos uma mala, menos outra... e onde estava a minha? Ali não, com certeza, porque ficou tudo vazio. Não era possível... Fiquei mais alguns minutos ali, como uma tonta, esperando minha mala se materializar e nada... Anotei no meu bloquinho pra nunca mais sair de casa em 25/06. Credo.

Resumindo, minha mala quase foi pra Bauru sem mim.

Beleza, maioria dos passos resolvida. O que fazer agora? Ligar para o taxista me buscar. Liguei, ele me passou pra outro e o celular desse outro estava desligado. Acho que a palavra desespero se encaixava bem no que eu senti. Toca ligar pro primeiro taxista.

- Bom, moça, ele deve ter desligado na estrada. Mas vai pra outro aeroporto ai em São Paulo que ele te pega lá, porque pra ele ir nesse aí é muito longe. Vai pra Cumbica.

E lá vamos nós pra Cumbica então.

Fui atrás de um ônibus que faz viagens entre os aeroportos.

- Moço, você tem passagem pra Cumbica?

Ele não me ouviu muito bem porque estava prestando atenção ao jogo do Brasil contra Portugal. Copa do Mundo é fod*, né? Ele mal me olhou e carimbou uma passagem e disse que ia sair um ônibus em alguns minutos. Fui lá. Mas na minha passagem estava escrito Guarulhos.

Fiquei pensando... Bom, mas já que eu não conhecia nada mesmo e confundi São Paulo com Rio de Janeiro, quam sabe Guarulhos fosse Cumbica. Na pior das hipóteses eu ia ter que dormir na casa da minha mãe. E não é que Guarulhos e Cumbica são quase a mesma coisa, mesmo?

Peguei o taxi sem maiores estresses. (Sem contar que aquele aeroporto é do tamanho de Pederneiras, me perdi três vezes, esqueci o lugar que ia me encontrar com o motorista, derrubei lanche na minha roupa e ele chegou atrasado).

Puxa, chegar em casa nunca foi tão bom. Até se tivesse com o cheiro daquele gato dos infernos eu teria adorado estar no meu quarto. Pronto, agora sim acabou. Ufa!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Uma caipira em Curitiba – Parte IV – Final


Pois é, é chegada sexta-feira, dia de voltar ao meu mosaico lindo e colorido. Esses dias passados em Curitiba fizeram muito bem pra mim, tanto profissional, quanto emocional e pessoalmente. A Lilian e o Rodrigo até perceberam que as planilhas que precisei elaborar por aqui não foram tão coloridas quanto às de costume, talvez um sinal de que eu cresci mais do que esperava.

Mas, como em todo conto de fadas, nem tudo são rosas. Claro que alguma coisa tinha que acontecer, porque senão não ia ter assunto interessante pra escrever. Eu já estava pensando num final sem sal, meio assim: “Isso aí, já cheguei em casa, foi tudo tão bem na volta quanto na ida, já descobri o macete, é só a gente seguir o pessoal que tudo dá certo”. Foi muito mais trágico e engraçado do que isso, e vou contar desde o começo.

Acordei meio desesperada pra fazer o check-out (nem sei se é esse o termo usado, mas como pra entrar é check-in, eu deduzi) porque o táxi ia me buscar às sete. Talvez eu não tenha mencionado, mas fui para a empresa todos os dias da semana com o mesmo taxista bacana. É um senhor moreno, falador, engraçado e que já foi lenhador. O primeiro lenhador de verdade que eu conheci na minha vida!

Fui tomar café da manhã, não me atrasei, o GT (taxista) não se atrasou, então tudo bem. Na vinda para o aeroporto eu percebi essa cidade de um jeito diferente. Tem lugares que tem muita neblina, tem lugar que não tem nada. O GT ainda comentou:

- Puxa, guria, ainda bem que tu vai embora hoje, o tempo está bom. Se fosse ontem, com certeza tu tinha se atrasado.

E eu fiquei feliz, porque o tempo para mim realmente estava bom.

Na descida do taxi tive uma surpresa. Se você viajasse a trabalho para uma cidade que você não conhece, passasse a semana toda indo para lá e para cá com pessoas desconhecidas, dependendo do serviço de outras pessoas, iria esperar que o taxista te desse um presente de despedida?! Pois é, eu fiquei muito surpresa! E muito contente também! Ganhei uma camiseta linda, cor-de-rosa, com o desenho de Curitiba. Adoreeeei! Eu tinha percebido mesmo que o GT estava mais caladão, acredito que ele devia estar apreensivo com a minha reação ao presente. Eu agradeci cem vezes e lhe dei um abraço.

Então estava tudo colorido. Eu estava indo pra casa, hoje tem jogo do Brasil e eu iria assistir o segundo tempo no aeroporto de Bauru, ia comer alguma coisa em Sampa, a fila do check-in da Gol não estava muito comprida... Tudo lindo! Até o momento em que eu chego no guichê e o funcionário me diz que todos os vôos da manhã foram cancelados e eu teria que ficar aqui até amanhã, porque só tem um vôo por dia para Bauru e eu com certeza o perderia.

Como assim não vou voltar pra casa??? Ficar aqui?? De novo?

Não! Não! Não... me bateu uma revolta que eu não sei nem descrever. E sabe ainda o que o supervisor me disse? Que eles não providenciam acomodação, nem alimentação, nem nada! Que absurdo! Eu sei que não é essa a lei, que tenho direitos... Fiquei tão brava, mas tão brava! E adivinha o que aconteceu? Eu chorei, claro. Senti tudo aquilo que a já tinha visto as pessoas na televisão sentirem quando fazem reportagem sobre aeroportos (e inocente pensei que nunca na minha vida passaria por isso). É um descaso, sabe?

Fui pra um banquinho e chorei de verdade, de soluçar, pingar água do nariz e borrar toda a maquiagem. Justo hoje que eu passei um monte de rímel acontece isso. Fiquei com a cara toda preta. Devo ter parecido uma criança bagunçada. Ah, não estou nem ai, nunca mais essas pessoas vão me ver.

Daí liguei naquele estado para o meu namorado. O coitado ficou meio desesperado, tadinho. Mas é que eu também estava desesperada. Queria tanto ir pra casa! Adorei tudo aqui, mas estou cansada, com saudade... Ele me instruiu mais ou menos o que fazer e eu me acalmei pra entrar em contato onde trabalho. E, como hoje é dia de jogo, a pessoa responsável não estava lá. Grande dia, não? Sorte que eu tenho o celular dela, liguei e pedi socorro.

Tudo resolvido. Cancelei o trecho de São Paulo/Bauru, vou pegar o vôo aqui mais tarde e tem um carro de Bauru que vai me pegar e me levar pra casa. Vou chegar bem mais tarde, vai ser muito mais cansativo, porém se eu ficasse aqui ia morrer de desidratação, porque ia chorar até amanhecer – e por conta da Gol, senão eu ia fazer um escândalo, embora não seja do meu feitio.

Então é isso. Estou aqui matando o tempo até dar o horário de embarque, e resolvi escrever porque estava tudo quentinho na minha cabeça, e também porque ainda estou muito borrada pra dar uma volta por ai. Claro, não discordo, a experiência valeu muito a pena. Até esta ruim. Podia ser que eu nunca passasse por isso na minha vida.

De qualquer forma, aqui vão algumas dicas, de coisas que eu aprendi durante esses dias:

• Se você nunca viajou sozinho, converse com o máximo de pessoas possível para pelo menos ter uma noção do que você vai enfrentar.
• Se o seu tio trabalha no aeroporto, veja com ele o que pode e o que não pode ser levado na mala alguns dias antes de arrumá-la, e não uma hora antes de sair de casa.
• Se a sua avó disser pra você levar um chinelo, leve, porque você vai precisar.
• Quando for comer em algum lugar que você não conhece, assegure-se que de eles tem frango se você não come carne.
• Deixe sempre suas coisas arrumadas para o dia seguinte, para o caso de você acordar atrasado.
• Faça sua mala muito bem organizada, porque pode acontecer de você ter que abri-la na frente de todo mundo porque não tem idéia de onde enfiou o seu documento – e se for dar três pulinhos para o São Longuinho depois que achou o documento, eu sugiro que os dê no banheiro para que as pessoas não fiquem olhando estranho pra você.
• Leve um passatempo caso você fique preso no aeroporto por motivos do além.
• Lembre-se de carregar as baterias dos seus celulares no dia anterior ao retorno pra sua casa, porque pode acontecer emergências e você ter que deixar os aparelhos desligados para poder usar depois.
• Não leve todas as roupas e sapatos que você quer, porque você usa só metade.
• Leve todas as roupas que você quer, porque se você não levar, vai querer usá-las.
• Não passe rímel para ir em aeroportos, ou em qualquer situação em que você possa se decepcionar.
• Não desespere o seu namorado, porque senão ele liga de cinco em cinco minutos e acaba aquele restinho de bateria que você tinha.
• Se a sua cunhada já tiver sido aeromoça, leve um papo com ela antes de viajar pra saber dos seus direitos e o que fazer quando as coisas dão errado.

Pra finalizar, aproveite cada segundo e se divirta bastante!

Dear passengers, we are ready to board now.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Uma caipira em Curitiba – Parte III


Nada de acordar atrasada! (Fiquei traumatizada e coloquei o celular pra despertar BEEM alto). Porém, desde que cheguei aqui nada é perfeito. Resolvi misturar o remédio pra sinusite com paracetamol e isso virou uma bomba atômica no meu estômago. Só consegui dormir porque estava realmente morta de cansaço, mas não foi por muito tempo. Suei frio, tive náuseas, muita dor... quase liguei pra casa pedindo socorro, mas de que ia adiantar? Foi a primeira noite que me senti realmente sozinha.

Porém, pra compensar, tomei um baita café da manhã, um por hoje e outro pelo que perdi na manhã anterior. Só doce, tudo cheio de açúcar, e espero que a minha avó não fique sabendo.

Fiquei um pouco ansiosa para dar a hora de embora porque eu estava morrendo de lombriga de ir naquela loja ver o relógio. Atravessei a rua e fui lá assim que pude – no terceiro shopping, no terceiro dia : ). Mas primeiro fui dar uma volta e escolher o que jantar. Nada me chamou a atenção e eu acabei comendo no Mc mesmo, pra desagrado completo do De: Ô menina, você está em Curitiba! Vai comer coisas legais!

Então, lá fomos eu e meu casaco novo na loja da TNG.

- Moça, eu posso provar aquele relógio da vitrine que troca de pulseira?

- Não.

(brincadeira...)

- Moça, eu posso provar aquele relógio da vitrine que troca de pulseira?

- Claro, vou pegar pra você.

Sabe, eu me decepcionei. Não ficou aqueeeela coisa que eu esperava no meu pulso. Acho que eu sou muito fininha. Mas se seu não comprasse ia ficar semanas pensando que poderia ter comprado. E minha avó diz que mais vale um gosto que dinheiro no bolso. E pra finalizar, tem uma amarela e a moça me convenceu de que eu iria usar na Copa. Comprei, ainda mais porque as pulseiras têm um cheirinho engraçado.

Por falar em cheiro, esqueci de mencionar que o hotel cheira baunilha.

Voltei pro hotel toda feliz. Eu, meu casaco, um saquinho do Mc (porque eu não consegui comer tudo), uma sacola da farmácia (porque eu precisei de uma pinça), a sacola da TNG e o um pote de sorvete. Pensa numa criança. Agora encapota ela e pôe um capuz cheio de pelinhos e faz ela saltitar pela rua cantando. Essa era eu! Ia ficar meio chato se eu mencionasse que o relógio estava meio riscado e eu tive que voltar na loja pra trocar, mas realmente aconteceu. Tudo bem, é só atravessar o quarteirão!

Eu cresci um pouco esses dias. É meio bom ter essa independência. E eu estou contente com todas as novidades do meu serviço. Mãe, sua filha é Analista Contábil! Trainee ainda, mas tá valendo!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Uma caipira em Curitiba - Parte II


Ponto pra quem pensou que justo no primeiro dia eu já iria acordar atrasada. Bem típico de mim. Culpa da noite mal dormida (ora frio, ora calor), da preguiça de levantar pra fazer xixi e de ter a brilhante idéia de por o despertador para vibrar em cima de uma cama macia. Ainda bem que eu tive um sonho muito engraçado que não conseguia de jeito nenhum chegar no trabalho e acabei acordando. O taxi vinha me buscar 7:15. Despertei às 6:49. Bonito, não? Tudo bem, amanhã eu tomo um belo café da manhã pra compensar a falta do de hoje.

Choveu!! O que significa que está frio. : )

Dia no trabalho foi tranqüilo, conheci muita gente bacana! Fui muito bem recebida e como sempre, a Lilian foi um doce de pessoa comigo. Não sei bem de que planeta eles pensam que eu sou, mas o Rodrigo quer que eu lhe apresente uma fazendeira rica – e velha, de preferência.

Mais tarde fui no shopping com a Lilian. Nos divertimos muito! Ela é muito mais legal do que eu me lembrava, fez eu me sentir completamente em casa. Até me deu uma super idéia do presente pra eu levar pro meu namorado (espero que ele goste!).

Não comentei que errei o caminho para o shopping ontem. Daí fiquei com vergonha de dar meia volta pela rua porque tinha muita gente. O jeito foi disfarçar e entrar numa farmácia. Foi então que aconteceu um milagre: do outro lado da rua tem uma loja daquele relógio que estou morrendo de lombriga pra comprar e não existe mais na internet! Só que hoje eu descobri que aquilo não é uma loja, é um pedaço de um outro shopping! Eu fiz uma confusão danada e nem sei mais onde é leste e oeste. O ponto positivo é que nessa loja tem o meu relógioooo! Iuhuuu!

No hotel foi tudo (quase) beleza até eu querer usar o secador, que pra meu desapontamento não funciona. Claro que eu pensei que deveria ter algum truque, assim como o lance da energia. Dessa vez liguei mesmo pra recepção, e o moço disse que deve estar com problema mesmo, e que amanhã vem alguém consertar. Só amanhã... puxa.

Estou com sono e contente com a minha vida de gente grande. Dá até vontade de morar sozinha. Talvez algum dia eu vire curitibana.

domingo, 20 de junho de 2010

Uma caipira no Paraná – Parte I


É isso aí. De vez em quando a gente precisa ser um pouco gente grande. No meu caso, muuuuito gente grande :)! Já pensou fazer a primeira viagem sozinha, a trabalho e para um estado diferente? Eu sei que não parece muita coisa, mas para uma pessoa boba, distraída, sem noção e atrapalhada como eu é uma verdadeira aventura! Sou quase uma Indiana Jones.

Pra começar é claro que eu nunca tinha andado de avião. Daí, logo na primeira vez preciso pegar dois e fazer conexão. Eu sobrevivi e vou contar a minha experiência.

Se fosse comum eu andar de avião e visse alguém como eu a bordo, com certeza saberia que era a primeira vez. Para a minha sorte, sentei bem na janelinha! E pode apostar que eu não tirei a cara dela. Achei engraçado o decolar e o aterrissar, pareceu pra mim um grande elevador, ou um brinquedo de parque de diversões. É estranho pensar que pode cair. Fiquei o tempo todo imaginando quantos segundos levaria pra chegar ao chão e se todo mundo iria gritar.

Como a minha região é linda! Eu fiquei completamente apaixonada... É tudo um grande mosaico colorido de verdes e marrons. Mas chegando perto da – argh, eca! – grande São Paulo, o chão começou a me lembrar veias gordas e engraçadas. E havia alguns pontos brilhantes lá no fundo, tipo diamante, que eu acho que eram as antenas das casas. Não gosto daquela cidade. Ainda bem que foi rapidinho.

Eu arrumei um bom conselho pra mim mesma: na dúvida, imite os outros! Nem foi tão difícil assim fazer conexão. Na verdade aeroporto é apenas uma rodoviária um pouco mais chique. E tem coisas mais legais pra comer. Outro conselho pra mim mesma: não tente andar com um copo grande de café, porque cai na roupa.

Vindo pra Curitiba, novamente vieram os mosaicos. Mas eles eram muito mais escuros e sem graça. Tive a impressão de que o avião não parou de subir um minuto sequer. Daí a paisagem ficou muito sem graça, talvez estivesse nublado e então resolvi tirar um cochilo. Então, quando eu acordei nós estávamos muito acima das nuvens e foi a segunda coisa mais linda que eu vi no dia. Como elas parecem algodão! Pensei que se me jogasse da janelinha – sim, tive a sorte de pegá-la de novo – e caísse nelas, sairia kickando como uma bola de basquete.

O azar foi ter pego o vôo bem na hora do jogo do Brasil. Copa do Mundo, poxa! O piloto até que foi bonzinho e nos informou de vez em quando o placar, assim como disse que estávamos a 9.800 metros do chão (que deve ser muita coisa pela minha visão da janelinha) e que em Curitiba estava fazendo vinte graus. Vinte graus??!! Como assim? E aquele frio todo para o qual eu me preparei psicologicamente o mês inteiro?? E os meus dois casacos novos??

E não é que eu cheguei e estava calor mesmo? As pessoas que me viram no aeroporto de casacão peludo devem ter pensado que eu vinha do Alaska. Ainda bem que o taxista era gente boa e me disse que com certeza eu ia utilizar meu casacão essa semana :).

Vim para o hotel no meio do segundo tempo. Dooooida pra ver o fim do jogo. Mas quem disse que tinha energia no quarto? Tentei um controle, tentei o outro, vi se tinha tomada, liguei as luzes e nada. Nada funcionava. Adivinha o que aconteceu? O Brasil fez um gol. Bem nessa hora, droga! Daí me deu desespero e eu estava quase ligando na recepção porque pensei que eles precisassem de algum tempo pra me liberar energia. Então eu vi um treco perto da porta que cabia um cartão. Coloquei o meu lá e fez-se a luz. Só deu pra ver o Kaká ser expulso, mas valeu a pena.

Fui no shopping jantar. Pra variar, Mc. Estava sem paciência pra escolher e estava meio tarde. Depois peguei um refrigerante e esqueci de pegar a notinha. A primeira, vamos ver quantas eu esqueço até o fim da viagem.

Mas agora estou contente. O meu amigo velhinho taxista disse que se chovesse ia esfriar bem. E está chovendoooo :)!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Menina


O que se pode dizer de uma pessoa que adora sertanejo, punk e eletrônica? Que aaaaaaama festa junina e odeia natal e aniversário? Que é apaixonada pelos sobrinhos, mas não quando eles babam? Que leu 698 páginas de “Um bestseller pra chamar de meu” em uma semana e demora 3 meses pra ler as últimas 50?

Eu sou meio assim. Uma mistura de tudo, um pedacinho de cada coisa que eu mais gosto. Nunca tenha manias engraçadas perto de mim porque eu roubo todas... Faço o bico da Fer, as caretas da Dani, uso as expressões da Lela, arregalo os olhos como o Fernando, falo manhoso como o De, uso o “huuuum” da Lidi e mais um monte de coisa.
Eu sei, deve ser falta de originalidade.

Gosto muito de unha colorida e pareço criança numa loja de doces quando vou a manicure. Por mim eu pintava uma unha de cada cor – e juro que ultimamente tenho sido incentivada a isso. Cores! Eu adoro todas elas! Ainda mais as engraçadas.

Acho que ainda não cresci tudo que precisava pra ser adulta. Preciso parar de fazer manha, de querer colo, de amar sorvete, de colecionar bichinho de pelúcia, de rir escandalosamente, de ser apaixonada por lápis de cor, de ver desenho, de dar pulinhos quando estou feliz, de tomar Yakult pelo fundo. A vida de gente grande não é tão legal quanto a gente pensa. Eu devia ter estado na estação certa quando era mais nova.

De qualquer forma, ainda tem muito tempo pela frente. E, quem sabe, eu posso me mudar várias vezes ainda. Não uma metamorfose ambulante (porque eu não gosto muito de Raul, não), mas alguém que não seja enjoável.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Meu reino por um cavalo


Sinto um aperto tão grande dentro do meu peito. Algo assim que não consigo dar nome, quase como se tivesse morrido meu bichinho de estimação favorito – não o Fluflu, porque eu realmente odiava aquele peixe dos infernos, apesar de eu ter pedido ele de presente (quem não comete erros?).

É uma coisa que eu não consigo definir. Parece que tem uma represa dentro de mim prestes a explodir, como se eu ainda não tivesse chorado tudo que eu preciso. Na verdade eu não chorei nada, há um tempo já. Coisa meio incomum pra alguém tão cinestésico.

Talvez seja essa coisa que tem deixado o meu humor tão e tão inconstante. Durante o dia eu passo de hiper feliz para depressão total, dando uma pausa em mau humor e engraçadisse.

Daí, pra deixar tudo um pouco mais complicado, eu cheguei em casa e tinha um monte de correspondência. Novo carnê do terreno (com a porcaria do aumento), conta de telefone, extrato de FGTS... coisas de gente grande. Fiquei pensando que eu queria ter 10 anos pra sempre, quando a minha avó pagava todas as minhas roupas, os meus sapatos, meu lanche...

Crescer enche o saco. Conforme os anos chegam só vem mais e mais responsabilidade. Quando é que eu vou poder parar pra descansar, hein? Quando vou tirar férias do meu trabalho, dos meus problemas, das minhas tarefas, das minhas contas..?

Eu sei, vai passar. Tudo é fase. Eu só estou cansada. Mas agorinha eu queria um cavalo e fugir de tudo.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Eu sei, não estou cumprindo.




De qualquer forma:


Poema de sete faces

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do -bigode,

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.


De Alguma poesia (1930)

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 23 de maio de 2010

About the bad things


Todas as pessoas têm defeitos. Algumas mais, algumas menos. Em umas os defeitos são mais visíveis, em outras nem tanto. Às vezes os defeitos se tornam qualidades e o contrário também. Mas nem todas as pessoas preferem os defeitos, como eu.

Eu sou preguiçosa, folgada e mimada. Sou instável, inesperada, sem graça. Meu nariz é torto, minha orelha é dobrada e meu pé é engraçado. Não posso usar salto, não sou vaidosa e sou branquela demais. Tenho um monte de espinhas, tenho condromalácia e tenho chulé. Sempre esqueço de lavar atrás da orelha, odeio tomar banho de domingo e lavar a cabeça pra mim é um tédio.

Sou um monstro quando tenho sono, quando estou com fome e quando sou contrariada. Odeio que me chamem a atenção, odeio que me digam que estou errada, odeio atrasos – embora esteja sempre atrasada. Não gosto de ser julgada, mas em segredo eu condeno todo mundo. Toda vez que percebo um castigo, penso “bem feito”. Nem sempre sou justa se o resultado não me beneficiar.

Eu bebo, eu fumo, eu falo palavrão. Eu esqueço as coisas, tanto de propósito quanto não. Sou falsa, falo mal dos outros e não me sinto culpada. Eu minto pra minha dentista e digo que usei o elástico direitinho o mês inteiro. Eu minto pro meu ortopedista e digo que tomei o remédio todas as noites. Eu minto pra minha fisioterapeuta e digo que fiz alongamento todo dia.

Não sei cozinhar e não tenho intenção de aprender. Eu falo demais, eu falo de menos. Prefiro ficar descalça, sou desorganizada, sou bagunceira. Nunca arrumo meu quarto, minha gaveta, nem lavo minha moto. Sou fresca, nojenta, infantil. Não sou tão inteligente, acredito na Wikipédia, escrevo com a velha ortografia. Às vezes sou carente demais, sou ciumenta de mais, sou estressada demais. Às vezes eu não ligo. Sou indecisa, sou teimosa, sou irritante. Morro de mau humor quando acordo, ainda mais se estiver chovendo. Quero tudo, ao mesmo tempo que não ofereço nada.

A culpa de tudo isso é dessa sinestesia idiota que eu nem lembro mais se escreve com “c” ou com “s”. Mas eu estou cansada de sentir tudo tão assim. Quero saber onde fica o botão de rewind da minha vida.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Peloamordedeus.


Eu não sei mesmo, mesmo, mesmo o que dizer.
Sobre nada.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Pensando sobre o que me faz feliz


Aquele comercial do Pão de Açúcar me inspira.

Eu gosto muito de sorvete. Muuuuito. Mais do que qualquer outra coisa no mundo inteiro, eu acho. Já esqueci várias brigas e desavenças numa sorveteria. Também a-do-ro chocolate. Branco, preto, com castanhas, com cookies, com passas, com flocos de arroz, com confete, com cereja, com amendoim, com crocante... até com papel, se duvidar.

Comprar roupas me deixa feliz. Mais ainda se elas estiverem em promoção, se tiverem listras ou babado. Gosto também quando erro o tamanho – tanto da roupa quanto do sapato, mas claro que pra menos. Fico feliz quando compro presentes, gosto muito mais de dá-los do que recebê-los (eu ia escrever que gosto muito mais de dar do que receber, mas tive um pressentimento de que não ia ficar legal...).

Fico muito contente quando encontro músicas que dizem tudo o que eu queria falar, e quando a melodia define a maneira como eu me sinto. É maravilhoso quando isso acontece, porque eu percebo que não sou a única meio anormal. Mas às vezes eu fico meio emburrada porque eu penso: puxa, por que eu não disse isso antes?

Sou extremamente feliz ao lado dos meus amigos. Se tem algo que realmente tem o poder de transformar o meu dia é quando um deles manda um e-mail inesperado meio assim: “Ow, e ai? O que você vai fazer hoje? Vamos sair?” Topo, por que não? Amo! Todos eles, os novos, os velhos, os de Sampa, os que eu nunca vi, os do CEFAM, os da faculdade, os do trabalho, os de Marte...

Também encontro a felicidade nos filmes, seriados, livros... qualquer coisa que desvie a atenção da minha vida e me faça sonhar, imaginar, ser criativa – porque pra cada caso que você me der, eu imagino setenta possibilidades diferentes. E nas terças e quartas também, porque tem aula de inglês e espanhol e eu acho extremamente divertido aprender coisas novas. Menos albanês, porque não deu muito certo da última vez.

Fico feliz quando recebo elogios. Pode ser engraçada, esforçada, batalhadora, adulta, bonita, inteligente, docinho, gentil ou encantadora. Embora, algumas vezes, eu prefira as críticas, tanto porque estou mais acostumada quanto porque me fazem melhorar. E também porque elogios me deixam muito envergonhada – principalmente se ditos ao pé do ouvido.

Meu celular me faz feliz, ainda mais de madrugada. Mesmo eu penando pra caramba pra responder as mensagens morrendo de sono, meio cega, num celular touch screen. Me divirto quando esqueço completamente o que eu falei de madrugada, e daí eu penso: nossa, o que eu tanto falei em cinco minutos??? Nunca acerto, claro...

Fico feliz por não ter mais que usar chapinha pra deixar o cabelo liso, e quando alguém nota que eu emagreci meus nada queridos 8 quilos. Acho engraçado quando a minha avó exagera: nossa, filha, você está sumindo! Queria que fosse verdade, hehe.

Sair do serviço às cinco, quando a maioria dos meus amigos sai às seis me deixa happy. Isso porque eu entro no Orkut primeiro que todo mundo e faço a limpa na “colheita feliz” de todos eles, e fico mais rica!

Chegar em casa no domingo à tarde e perceber que tem um perfume em mim que não é meu sempre me rouba um sorriso, ou quando eu to com frio e de repente aparece uma blusa estendida, bem quentinha pra eu usufruir. Também quando eu fico com vergonha, mas recebo um abraço como recompensa.

Meu amigo William Shakespeare disse que a alegria evita mil males e prolonga a vida. Então eu acho que tem algumas coisas que me farão viver eternamente!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Mais uma segunda-feira daquelas.


Fiquei pensando se escrevia antes ou depois de sair de casa. Ainda mais porque eu sei o motivo de estar saindo, e sei o motivo de voltar. Há dias que eu tenho vontade de imitar o Forrest Gump e sair correndo por aí, por três anos – mas eu não posso porque mês que vem eu vou viajar (ueebaa).
Sei bem do que eu preciso: de férias! Férias do trabalho, férias da minha casa, férias do meu computador, férias dessa cidade chata, férias desses gatos horrorosos, férias do meu telefone, férias de mim. Queria tirar uns três meses pra ir em qualquer lugar do mundo pra fingir ser qualquer outra pessoa.
Porém, porém, porém, ainda tem várias coisas que me fazem feliz, e isso também tem me ocupado muito tempo. Também desbloqueei meu cartão de crédito (Deus me ajude!), e sempre haverá Toblerone nos mercados e roupas em promoção – sapatos não... puxa, eu preciso de sapatos!
E às vezes os papéis se invertem. Não com os mesmos personagens, mas a coisa insiste em mudar. Algumas delas fazem eu me acabar de dar risada. Esse povo pensa cada coisa, não?? Outras me fazem pensar melhor no modo que eu me comporto. I promise never do that again.
Eu queria que tudo que me faz lembrar das coisas que eu não gosto desaparecessem da face da Terra. Nada de treinamentos, nada de funk, nada de sala de espera, nada de modelo, nada de ligações de fora, nada de caixa de e-mail trocada, nada de caipirês, nada de cor-de-rosa nem de verde, nada de bichinhos de pelúcia. Talvez eu precise de férias do mundo, por enquanto. Ainda bem que existe Strokes...

domingo, 16 de maio de 2010

Eu odeio roxo.



Alguma coisa está muito errada e eu fico me perguntando o que será.
- Eu perdi a minha blusa de frio.
- Não ligo mais pra porcaria da condromalácia.
- Não tenho passado muito tempo em casa.
- Meu quarto me irrita.
- Tenho sorrido tanto que o aparelho machucou a minha boca.
- Eu me esqueço de comer.
- Quando lembro de comer, me entupo.
- Enfrento estrada na chuva.
- Baixei um cd do The Strokes e um do Luan Santana na mesma semana.
- Ando mais distraída que o normal.
- Não sou mais organizada.
- Meu adorado cabelo comprido já não existe mais.
- Eu dirigi o carro a Tata sozinha.
- Meu amor por tirar fotos sumiu.
- Esqueço de assistir Smallville.
- Meu humor varia 5678 vezes durante o dia.
- Eu tenho tempo pra tudo e não consigo fazer nada.
- Perdi minha capacidade de argumentar.
- Odeio bichinho de pelúcia.
- Durmo pouco.
- Não sei mais falar não.
- Tenho me fingido de árvore mais frequentemente.
- Não me importo que a minha sandália não combina com a minha roupa.
- Odeio fazer aniversário.
- Não ligo a televisão.
- Esqueço de ler os livros que comprei ano passado.
- Pintei as unhas de roxo.