
É isso aí. De vez em quando a gente precisa ser um pouco gente grande. No meu caso, muuuuito gente grande :)! Já pensou fazer a primeira viagem sozinha, a trabalho e para um estado diferente? Eu sei que não parece muita coisa, mas para uma pessoa boba, distraída, sem noção e atrapalhada como eu é uma verdadeira aventura! Sou quase uma Indiana Jones.
Pra começar é claro que eu nunca tinha andado de avião. Daí, logo na primeira vez preciso pegar dois e fazer conexão. Eu sobrevivi e vou contar a minha experiência.
Se fosse comum eu andar de avião e visse alguém como eu a bordo, com certeza saberia que era a primeira vez. Para a minha sorte, sentei bem na janelinha! E pode apostar que eu não tirei a cara dela. Achei engraçado o decolar e o aterrissar, pareceu pra mim um grande elevador, ou um brinquedo de parque de diversões. É estranho pensar que pode cair. Fiquei o tempo todo imaginando quantos segundos levaria pra chegar ao chão e se todo mundo iria gritar.
Como a minha região é linda! Eu fiquei completamente apaixonada... É tudo um grande mosaico colorido de verdes e marrons. Mas chegando perto da – argh, eca! – grande São Paulo, o chão começou a me lembrar veias gordas e engraçadas. E havia alguns pontos brilhantes lá no fundo, tipo diamante, que eu acho que eram as antenas das casas. Não gosto daquela cidade. Ainda bem que foi rapidinho.
Eu arrumei um bom conselho pra mim mesma: na dúvida, imite os outros! Nem foi tão difícil assim fazer conexão. Na verdade aeroporto é apenas uma rodoviária um pouco mais chique. E tem coisas mais legais pra comer. Outro conselho pra mim mesma: não tente andar com um copo grande de café, porque cai na roupa.
Vindo pra Curitiba, novamente vieram os mosaicos. Mas eles eram muito mais escuros e sem graça. Tive a impressão de que o avião não parou de subir um minuto sequer. Daí a paisagem ficou muito sem graça, talvez estivesse nublado e então resolvi tirar um cochilo. Então, quando eu acordei nós estávamos muito acima das nuvens e foi a segunda coisa mais linda que eu vi no dia. Como elas parecem algodão! Pensei que se me jogasse da janelinha – sim, tive a sorte de pegá-la de novo – e caísse nelas, sairia kickando como uma bola de basquete.
O azar foi ter pego o vôo bem na hora do jogo do Brasil. Copa do Mundo, poxa! O piloto até que foi bonzinho e nos informou de vez em quando o placar, assim como disse que estávamos a 9.800 metros do chão (que deve ser muita coisa pela minha visão da janelinha) e que em Curitiba estava fazendo vinte graus. Vinte graus??!! Como assim? E aquele frio todo para o qual eu me preparei psicologicamente o mês inteiro?? E os meus dois casacos novos??
E não é que eu cheguei e estava calor mesmo? As pessoas que me viram no aeroporto de casacão peludo devem ter pensado que eu vinha do Alaska. Ainda bem que o taxista era gente boa e me disse que com certeza eu ia utilizar meu casacão essa semana :).
Vim para o hotel no meio do segundo tempo. Dooooida pra ver o fim do jogo. Mas quem disse que tinha energia no quarto? Tentei um controle, tentei o outro, vi se tinha tomada, liguei as luzes e nada. Nada funcionava. Adivinha o que aconteceu? O Brasil fez um gol. Bem nessa hora, droga! Daí me deu desespero e eu estava quase ligando na recepção porque pensei que eles precisassem de algum tempo pra me liberar energia. Então eu vi um treco perto da porta que cabia um cartão. Coloquei o meu lá e fez-se a luz. Só deu pra ver o Kaká ser expulso, mas valeu a pena.
Fui no shopping jantar. Pra variar, Mc. Estava sem paciência pra escolher e estava meio tarde. Depois peguei um refrigerante e esqueci de pegar a notinha. A primeira, vamos ver quantas eu esqueço até o fim da viagem.
Mas agora estou contente. O meu amigo velhinho taxista disse que se chovesse ia esfriar bem. E está chovendoooo :)!