
Sinto um aperto tão grande dentro do meu peito. Algo assim que não consigo dar nome, quase como se tivesse morrido meu bichinho de estimação favorito – não o Fluflu, porque eu realmente odiava aquele peixe dos infernos, apesar de eu ter pedido ele de presente (quem não comete erros?).
É uma coisa que eu não consigo definir. Parece que tem uma represa dentro de mim prestes a explodir, como se eu ainda não tivesse chorado tudo que eu preciso. Na verdade eu não chorei nada, há um tempo já. Coisa meio incomum pra alguém tão cinestésico.
Talvez seja essa coisa que tem deixado o meu humor tão e tão inconstante. Durante o dia eu passo de hiper feliz para depressão total, dando uma pausa em mau humor e engraçadisse.
Daí, pra deixar tudo um pouco mais complicado, eu cheguei em casa e tinha um monte de correspondência. Novo carnê do terreno (com a porcaria do aumento), conta de telefone, extrato de FGTS... coisas de gente grande. Fiquei pensando que eu queria ter 10 anos pra sempre, quando a minha avó pagava todas as minhas roupas, os meus sapatos, meu lanche...
Crescer enche o saco. Conforme os anos chegam só vem mais e mais responsabilidade. Quando é que eu vou poder parar pra descansar, hein? Quando vou tirar férias do meu trabalho, dos meus problemas, das minhas tarefas, das minhas contas..?
Eu sei, vai passar. Tudo é fase. Eu só estou cansada. Mas agorinha eu queria um cavalo e fugir de tudo.