Todo mundo precisa de remédio de vez em quando



segunda-feira, 31 de maio de 2010

Meu reino por um cavalo


Sinto um aperto tão grande dentro do meu peito. Algo assim que não consigo dar nome, quase como se tivesse morrido meu bichinho de estimação favorito – não o Fluflu, porque eu realmente odiava aquele peixe dos infernos, apesar de eu ter pedido ele de presente (quem não comete erros?).

É uma coisa que eu não consigo definir. Parece que tem uma represa dentro de mim prestes a explodir, como se eu ainda não tivesse chorado tudo que eu preciso. Na verdade eu não chorei nada, há um tempo já. Coisa meio incomum pra alguém tão cinestésico.

Talvez seja essa coisa que tem deixado o meu humor tão e tão inconstante. Durante o dia eu passo de hiper feliz para depressão total, dando uma pausa em mau humor e engraçadisse.

Daí, pra deixar tudo um pouco mais complicado, eu cheguei em casa e tinha um monte de correspondência. Novo carnê do terreno (com a porcaria do aumento), conta de telefone, extrato de FGTS... coisas de gente grande. Fiquei pensando que eu queria ter 10 anos pra sempre, quando a minha avó pagava todas as minhas roupas, os meus sapatos, meu lanche...

Crescer enche o saco. Conforme os anos chegam só vem mais e mais responsabilidade. Quando é que eu vou poder parar pra descansar, hein? Quando vou tirar férias do meu trabalho, dos meus problemas, das minhas tarefas, das minhas contas..?

Eu sei, vai passar. Tudo é fase. Eu só estou cansada. Mas agorinha eu queria um cavalo e fugir de tudo.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Eu sei, não estou cumprindo.




De qualquer forma:


Poema de sete faces

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do -bigode,

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.


De Alguma poesia (1930)

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 23 de maio de 2010

About the bad things


Todas as pessoas têm defeitos. Algumas mais, algumas menos. Em umas os defeitos são mais visíveis, em outras nem tanto. Às vezes os defeitos se tornam qualidades e o contrário também. Mas nem todas as pessoas preferem os defeitos, como eu.

Eu sou preguiçosa, folgada e mimada. Sou instável, inesperada, sem graça. Meu nariz é torto, minha orelha é dobrada e meu pé é engraçado. Não posso usar salto, não sou vaidosa e sou branquela demais. Tenho um monte de espinhas, tenho condromalácia e tenho chulé. Sempre esqueço de lavar atrás da orelha, odeio tomar banho de domingo e lavar a cabeça pra mim é um tédio.

Sou um monstro quando tenho sono, quando estou com fome e quando sou contrariada. Odeio que me chamem a atenção, odeio que me digam que estou errada, odeio atrasos – embora esteja sempre atrasada. Não gosto de ser julgada, mas em segredo eu condeno todo mundo. Toda vez que percebo um castigo, penso “bem feito”. Nem sempre sou justa se o resultado não me beneficiar.

Eu bebo, eu fumo, eu falo palavrão. Eu esqueço as coisas, tanto de propósito quanto não. Sou falsa, falo mal dos outros e não me sinto culpada. Eu minto pra minha dentista e digo que usei o elástico direitinho o mês inteiro. Eu minto pro meu ortopedista e digo que tomei o remédio todas as noites. Eu minto pra minha fisioterapeuta e digo que fiz alongamento todo dia.

Não sei cozinhar e não tenho intenção de aprender. Eu falo demais, eu falo de menos. Prefiro ficar descalça, sou desorganizada, sou bagunceira. Nunca arrumo meu quarto, minha gaveta, nem lavo minha moto. Sou fresca, nojenta, infantil. Não sou tão inteligente, acredito na Wikipédia, escrevo com a velha ortografia. Às vezes sou carente demais, sou ciumenta de mais, sou estressada demais. Às vezes eu não ligo. Sou indecisa, sou teimosa, sou irritante. Morro de mau humor quando acordo, ainda mais se estiver chovendo. Quero tudo, ao mesmo tempo que não ofereço nada.

A culpa de tudo isso é dessa sinestesia idiota que eu nem lembro mais se escreve com “c” ou com “s”. Mas eu estou cansada de sentir tudo tão assim. Quero saber onde fica o botão de rewind da minha vida.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Peloamordedeus.


Eu não sei mesmo, mesmo, mesmo o que dizer.
Sobre nada.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Pensando sobre o que me faz feliz


Aquele comercial do Pão de Açúcar me inspira.

Eu gosto muito de sorvete. Muuuuito. Mais do que qualquer outra coisa no mundo inteiro, eu acho. Já esqueci várias brigas e desavenças numa sorveteria. Também a-do-ro chocolate. Branco, preto, com castanhas, com cookies, com passas, com flocos de arroz, com confete, com cereja, com amendoim, com crocante... até com papel, se duvidar.

Comprar roupas me deixa feliz. Mais ainda se elas estiverem em promoção, se tiverem listras ou babado. Gosto também quando erro o tamanho – tanto da roupa quanto do sapato, mas claro que pra menos. Fico feliz quando compro presentes, gosto muito mais de dá-los do que recebê-los (eu ia escrever que gosto muito mais de dar do que receber, mas tive um pressentimento de que não ia ficar legal...).

Fico muito contente quando encontro músicas que dizem tudo o que eu queria falar, e quando a melodia define a maneira como eu me sinto. É maravilhoso quando isso acontece, porque eu percebo que não sou a única meio anormal. Mas às vezes eu fico meio emburrada porque eu penso: puxa, por que eu não disse isso antes?

Sou extremamente feliz ao lado dos meus amigos. Se tem algo que realmente tem o poder de transformar o meu dia é quando um deles manda um e-mail inesperado meio assim: “Ow, e ai? O que você vai fazer hoje? Vamos sair?” Topo, por que não? Amo! Todos eles, os novos, os velhos, os de Sampa, os que eu nunca vi, os do CEFAM, os da faculdade, os do trabalho, os de Marte...

Também encontro a felicidade nos filmes, seriados, livros... qualquer coisa que desvie a atenção da minha vida e me faça sonhar, imaginar, ser criativa – porque pra cada caso que você me der, eu imagino setenta possibilidades diferentes. E nas terças e quartas também, porque tem aula de inglês e espanhol e eu acho extremamente divertido aprender coisas novas. Menos albanês, porque não deu muito certo da última vez.

Fico feliz quando recebo elogios. Pode ser engraçada, esforçada, batalhadora, adulta, bonita, inteligente, docinho, gentil ou encantadora. Embora, algumas vezes, eu prefira as críticas, tanto porque estou mais acostumada quanto porque me fazem melhorar. E também porque elogios me deixam muito envergonhada – principalmente se ditos ao pé do ouvido.

Meu celular me faz feliz, ainda mais de madrugada. Mesmo eu penando pra caramba pra responder as mensagens morrendo de sono, meio cega, num celular touch screen. Me divirto quando esqueço completamente o que eu falei de madrugada, e daí eu penso: nossa, o que eu tanto falei em cinco minutos??? Nunca acerto, claro...

Fico feliz por não ter mais que usar chapinha pra deixar o cabelo liso, e quando alguém nota que eu emagreci meus nada queridos 8 quilos. Acho engraçado quando a minha avó exagera: nossa, filha, você está sumindo! Queria que fosse verdade, hehe.

Sair do serviço às cinco, quando a maioria dos meus amigos sai às seis me deixa happy. Isso porque eu entro no Orkut primeiro que todo mundo e faço a limpa na “colheita feliz” de todos eles, e fico mais rica!

Chegar em casa no domingo à tarde e perceber que tem um perfume em mim que não é meu sempre me rouba um sorriso, ou quando eu to com frio e de repente aparece uma blusa estendida, bem quentinha pra eu usufruir. Também quando eu fico com vergonha, mas recebo um abraço como recompensa.

Meu amigo William Shakespeare disse que a alegria evita mil males e prolonga a vida. Então eu acho que tem algumas coisas que me farão viver eternamente!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Mais uma segunda-feira daquelas.


Fiquei pensando se escrevia antes ou depois de sair de casa. Ainda mais porque eu sei o motivo de estar saindo, e sei o motivo de voltar. Há dias que eu tenho vontade de imitar o Forrest Gump e sair correndo por aí, por três anos – mas eu não posso porque mês que vem eu vou viajar (ueebaa).
Sei bem do que eu preciso: de férias! Férias do trabalho, férias da minha casa, férias do meu computador, férias dessa cidade chata, férias desses gatos horrorosos, férias do meu telefone, férias de mim. Queria tirar uns três meses pra ir em qualquer lugar do mundo pra fingir ser qualquer outra pessoa.
Porém, porém, porém, ainda tem várias coisas que me fazem feliz, e isso também tem me ocupado muito tempo. Também desbloqueei meu cartão de crédito (Deus me ajude!), e sempre haverá Toblerone nos mercados e roupas em promoção – sapatos não... puxa, eu preciso de sapatos!
E às vezes os papéis se invertem. Não com os mesmos personagens, mas a coisa insiste em mudar. Algumas delas fazem eu me acabar de dar risada. Esse povo pensa cada coisa, não?? Outras me fazem pensar melhor no modo que eu me comporto. I promise never do that again.
Eu queria que tudo que me faz lembrar das coisas que eu não gosto desaparecessem da face da Terra. Nada de treinamentos, nada de funk, nada de sala de espera, nada de modelo, nada de ligações de fora, nada de caixa de e-mail trocada, nada de caipirês, nada de cor-de-rosa nem de verde, nada de bichinhos de pelúcia. Talvez eu precise de férias do mundo, por enquanto. Ainda bem que existe Strokes...

domingo, 16 de maio de 2010

Eu odeio roxo.



Alguma coisa está muito errada e eu fico me perguntando o que será.
- Eu perdi a minha blusa de frio.
- Não ligo mais pra porcaria da condromalácia.
- Não tenho passado muito tempo em casa.
- Meu quarto me irrita.
- Tenho sorrido tanto que o aparelho machucou a minha boca.
- Eu me esqueço de comer.
- Quando lembro de comer, me entupo.
- Enfrento estrada na chuva.
- Baixei um cd do The Strokes e um do Luan Santana na mesma semana.
- Ando mais distraída que o normal.
- Não sou mais organizada.
- Meu adorado cabelo comprido já não existe mais.
- Eu dirigi o carro a Tata sozinha.
- Meu amor por tirar fotos sumiu.
- Esqueço de assistir Smallville.
- Meu humor varia 5678 vezes durante o dia.
- Eu tenho tempo pra tudo e não consigo fazer nada.
- Perdi minha capacidade de argumentar.
- Odeio bichinho de pelúcia.
- Durmo pouco.
- Não sei mais falar não.
- Tenho me fingido de árvore mais frequentemente.
- Não me importo que a minha sandália não combina com a minha roupa.
- Odeio fazer aniversário.
- Não ligo a televisão.
- Esqueço de ler os livros que comprei ano passado.
- Pintei as unhas de roxo.

sábado, 15 de maio de 2010

Ni fa ni fu


Amor
Boneca
Cor
Devagar
Em si
Frágil
Gula
Hiato
Insípido
Janela
Lima
Monte
Nisso
Oi
Preguiça
Questão
Resposta
Sorte
Trabalho
Unha
Versão
Xih
Zureta

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Apenas mais uma de amor...



Eu gosto tanto dele que até prefiro esconder. Deixo assim ficar subentendido. Mentira pura e deslavada. Eu tentei. Juro que tentei. Pensei comigo mesma: vai lá, bocó, fala mesmo! Explica como se sente, explica o quanto faz bem... Até parece. Não, não... ele não vai saber de jeito nenhum. Mas eu nasci sem aquele dispositivo que faz a gente se controlar quando combina uma coisa com a gente mesmo.

É claro que tudo é uma idéia que existe na cabeça e não tem a menor obrigação de acontecer – o que não impede que seja gostoso, especial, diferente e tantas outras coisas que eu não conseguiria definir. E ainda assim eu acho tão bonito isso, de ser abstrato! É incrível a beleza ser mesmo tão fugaz (fugaz quer dizer rápido, veloz, transitório. Sim, eu pesquisei).

Pode até parecer fraqueza, então que se dane! Que seja fraqueza mesmo. A alegria que me dá vai sem eu dizer, porque eu costumo suspirar ou abraçar ou me ajeitar ao invés de falar as coisas que passam pela minha cabeça.

Se amanhã não for nada disso, caberá só a mim esquecer. Não vou deixar que medo nenhum atrapalhe essa coisa sem nome que ainda me faz caçar as palavras para classificar. Eu não tenho medo, coração, você está me ouvindo? VOCÊ ESTÁ ME OUVINDO?? – às vezes eu tenho que gritar para que ele preste atenção em mim, e não nele...

Então, sendo assim, o que eu ganho e o que eu perco, ninguém precisa ficar sabendo, porque eu gosto tanto dele que prefiro não esconder.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Passou!



Aquele dia que a gente pensa que nunca vai chegar sempre chega. Chega o dia completar dezoito anos, o dia do exame da carta de motorista, o dia de prestar vestibular, o primeiro dia na faculdade e o último dia daquele curso chato.

Chega o dia em que você tem que procurar um emprego, o dia do primeiro porre, o dia em que você encontra um príncipe encantado. Chega também o dia em que você bate o carro pela primeira vez, o dia em que você se apaixona perdidamente e o dia em que a sua tia diz que seu gato morreu.

Chega o dia de comprar o primeiro cigarro, o dia de pintar o cabelo de louro de repente, o dia de ficar de mal pra sempre da melhor amiga. Chega o dia em que você recebe um feedback negativo sobre o seu trabalho, o dia que você manda o chefe tomar naquele lugar (em pensamento, claro) e o dia em que você é promovido.

Chega o dia em que você fica noiva, o dia em que você descobre que ele te traiu e o dia em que você dá o troco. Chega o dia em que você sara, o dia em que você esquece e o dia que você perdoa. Chega o dia em que você tem que fazer uma viagem a trabalho, o dia em que você descobre que não pode pular e o dia em que comer doce não adianta de nada.

Chega o dia em que o seu all star fura, o dia em que volta a vestir manequim 38, o dia que você resolver alisar o cabelo e o dia que você se arrepende de ter alisado o cabelo. Chega o dia em que você percebe que sabe muito mais do que pensava, o dia em que sua avó aprende a jogar vídeo-game e o dia em que um bebê vomita no seu colo.

Chega o dia em que você precisa pedir desculpas, o dia de aceitar as desculpas e o dia de dar de ombros para o que passou. Chega o dia em que uma ligação não significa absolutamente nada, o dia em que a saudade de repente é mais forte que tudo e o dia em que de tanto jogar Tomb Raider você acha que é a Lara Croft.

Chega o dia que você descobre que é muito parecida com a sua mãe, o dia que você percebe que a sua mãe parece com a sua avó e o dia em que você tem que se virar.

Chega o dia de dizer não para aquele babaca, o dia de derrubar bebida no vestido por causa do neon e o dia de ficar pelado.

Mas o mais importante é quando chega o dia em que você descobre que deu um baile no chefão idiota daquela fase mais difícil do vídeo-game e que você já está preparado para o próximo jogo!

Eba!! A brabeza passou!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Ainda brava. Muito brava.



Se eu não tivesse condromalácia patelar, sairia pela rua chutando tudo quanto é coisa que encontrasse no meio do meu caminho. Se eu não gostasse tanto da cor do esmalte que eu passei semana passada, daria socos em todos os postes que eu visse também. Seu eu não usasse aparelho, destruiria à dentadas todos os bancos daquela praça idiota que fica na frente da minha casa. E se eu não fosse tão apegada às coisas materiais, mandaria direto pro chão todos os badulaques que estão por aqui e por ali no meu quarto.

É uma raiva besta que não sara, não passa, não melhora.

Eu queria poder dizer pra todo mundo um monte de palavrões. Queria mostrar o dedo do meio da cara de alguém e dizer: fuck you, buddy! Queria estourar com as mãos todos os balões de todas as crianças retardadas, queria mandar tomar no cu todo mundo que me acha uma chata, queria que chovessem facões quando as pessoas que eu não gosto saem de casa, queria que só houvesse música hardcore e que não tivesse mais qualquer estréia de filme romântico.

Estou brava. Muuuuuito brava. E não consigo fazer essa porcaria passar, nem ouvindo Guns.

Agora estou mais brava ainda porque está um frio do ca**te, tem um ca**lho de um pernilongo no meu quarto que eu fui tentar matar e bati a po**a do meu machucado na parede.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

É só para eu me lembrar...



Eu sempre gostei muito mais de ouvir do que de falar – a não ser quando é pra fazer amizade ou quando bebi demais, mas isso não vem ao caso. Acredito mesmo naquela frase popular que diz que não é à toa que temos dois ouvidos e apenas uma boca. Muitas vezes eu me sinto triste demais, ou feliz demais, e não costumo compartilhar, pelo menos não inteiramente. Gosto de pensar que só eu sei a verdade a meu respeito.
Hoje foi um dia desses, de escutar. Não que eu não tivesse coisas pra falar, mas evitei, evitei como evito pensar sobre esse assunto também. Porém, depois de todas as coisas que eu ouvi com a devida atenção, eu preciso parar um pouquinho e lembrar a mim mesma de coisas importantes, já que eu sou beeeeem distraída.
[...]
Essa lista não adiantou de nada. Não consigo lembrar das coisas ruins, assim como também não me lembro das boas. Só me fez pensar que talvez eu tenha me tornado distraída de propósito. Eu sei que criei um muro em volta do meu coração, mas me esqueci de colocar uma portinha para as outras pessoas entrarem.

domingo, 9 de maio de 2010

Eu e minhas dúvidas...



Hoje é dia das mães. Ontem fui ao shopping com o JV e ele me ajudou a escolher um presente diferente e especial pra minha mãe: uma caixa linda que é um álbum de fotografias. Quando cheguei em casa, fui correndo mexer naquela caixa de papelão cheia de fotos antigas que todo mundo também deve ter em casa.
Comecei a fuçar em cada imagem que tinha ali e dei muita risada porque descobri que desde pequena eu faço caras e bocas pras fotos. Gosto de analisar como era o rosto das pessoas da minha família e perceber as mudanças que o tempo traz. Ainda bem que a maioria é sempre pra melhor (se bem que tinha uma foto da minha tia em 1981 que estaria bem na moda hoje).
Tudo estava indo muito bem até que – eu nem sabia que tinha isso ali – encontrei um álbum que tinha fotos do noivado dos meus tios. A minha tia não devia ter muito mais que a minha idade quando aquelas fotos foram tiradas. Havia tanta gente feliz nas fotos, eles se olhavam apaixonadamente, sorrindo... Eu fico pensando nas promessas que eles devem ter feito um para o outro e tudo que esperavam do futuro. E hoje em dia eles nem estão mais juntos!
Isso me fez lembrar de várias outras coisas que eu não gosto. Só eu acredito em fidelidade? Só eu que lembro da confiança e do respeito? Às vezes parece que sim e isso me deixa tão triste!
Eu fico pensando nessas coisas. Será que ninguém mais leva o amor e o casamento a sério? Porque pra mim são coisas muito importantes. Acredito sinceramente que é o amor que move o mundo e que é por ele que vale a pena viver. E daí eu vejo casamentos destruídos, casais que se traem à torto e à direito, pessoas que não levam o sentimento das outras pessoas em consideração... Que grande palhaçada é essa? Será que a errada sou eu? Porque quase todas as pessoas que eu conheço não levam nada disso à serio, tanto as velhas quanto as novas.
Talvez eu tenha vindo com defeito. Talvez Deus tenha se esquecido de colocar alguma pecinha importante ou parafusou alguma coisa de forma incorreta.
Nunca sei direito como me sentir com relação a isso. Pode ser que eu tenha lido muitos romances e visto filmes demais. Espero que se realmente eu estiver errada, que esse tipo de entretenimento seja proibido no futuro.

Essa é por ontem.

SONHO DE UMA FLAUTA
Teatro Mágico


Nem toda palavra é
Aquilo que o dicionário diz
Nem todo pedaço de pedra
Se parece com tijolo ou com pedra de giz

Avião parece passarinho
Que não sabe bater asa
Passarinho voando longe
Parece borboleta que fugiu de casa

Borboleta parece flor
Que o vento tirou pra dançar
Flor parece a gente
Pois somos semente do que ainda virá

A gente parece formiga
Lá de cima do avião
O céu parece um chão de areia
Parece descanso pra minha oração

A nuvem parece fumaça
Tem gente que acha que ela é algodão
Algodão as vezes é doce
Mas as vezes né doce não

Sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
O dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar
Hum... E o mundo é perfeito
Hum... E o mundo é perfeito
E o mundo é perfeito

Eu não pareço meu pai
Nem pareço com meu irmão
Sei que toda mãe é santa
Sei que incerteza traz inspiração

Tem beijo que parece mordida
Tem mordida que parece carinho
Tem carinho que parece briga
Tem briga que aparece pra trazer sorriso

Tem riso que parece choro
Tem choro que é por alegria
Tem dia que parece noite
E a tristeza parece poesia

Tem motivo pra viver de novo
Tem o novo que quer ter motivo
Tem aquele que parece feio
Mas o Coração diz que é o mais Bonito

Descobrir o verdadeiro sentido das coisas
É querer saber demais
Querer saber demais

Sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
O dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar

Mas sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
E o dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar
E o mundo é perfeito
E o mundo é perfeito
E o mundo é perfeito...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Não consigo escrever sobre outra coisa!



O que significa quando a gente escuta 700 vezes a música preferida de outra pessoa? Ou quando todas as músicas do mundo parecem fazer sentido? Ou quando você lê o livro que a outra pessoa mais gosta para ficar mandando as melhores frases de madrugada no celular dela? Ou quando você quer escrever poesia quando sabe que nem em prosa é boa?
O que significa essa ansiedade que bagunça a vida e só faz o relógio andar mais devagar? Ou essa sensação de vazio num fim de semana sem ele do lado? Ou a necessidade de manter contato, dizer bom dia, responder cada e-mail, colocar o celular com o volume alto na hora de dormir pra ouvir se ele fizer qualquer barulho?
O que significa o ritmo acelerado da respiração e a fisgadinha no estômago quando está perto do horário de encontrar quem sempre nos rouba um sorriso? Ou aquela insegurança que bate assim que a gente se vê (beijo? não beijo? espero?)? Ou quando temos 300 tipos diferentes de problemas no nosso dia, mas quando chega aquela mensagem fica tudo perfeito?
O que significa a calma permanente e a sensação de que tudo está no lugar certo quando se está nos braços dele? Ou o calor que invade a alma quando ele beija levemente o topo da testa? Ou quando é difícil parar de olhar pra ele, mas você precisa se controlar para conseguir fazer com que as coisas caminhem num ritmo normal?
O que significa de repente gostar muito mais de zoológico, flores, música ou fotografia? Ou querer assistir a todos os filmes do mundo para poder discutir cada história com ele? Ou então ficar procurando diferenças e semelhanças entre duas pessoas que mal se conhecem porque ele acha divertido? Ou ficar feliz quando o gerente chega no departamento porque usa o mesmo perfume que ele?
O que significa aceitar perder o rumo, a calma e o controle quando já se prometeu 200 vezes nunca mais gostar tanto de alguém? Ou acordar cedo num feriado por causa de um passeio inusitado? Ou ir dormir bem tarde porque ele chega tarde em casa e mesmo assim você quer escrever um boa noite pela internet? Ou perceber que sorriu sem querer só porque o nome dele ficou online?
O que significa quando se tem a pachorra de pegar uma calculadora para verificar quantos minutos faltam para encontrá-lo, quando na verdade faltam dias? Ou literalmente dar pulinhos de alegria quando ele diz que está com saudades? Ou sentir faltar o chão quando ele puxa o queixo de vagarinho e dá um beijo demorado?

A minha amiga Fernanda gosta quando eu conto as histórias e deixo ela adivinhar o que aconteceu, lhe dando opções de escolha. Fer, adivinha aí:

A) Estou apaixonada;
B) Estou apaixonada;
C) Estou apaixonada;
D) Estou apaixonada.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Ah... a paixão!

Como que a gente sabe quando está apaixonada?
Passei o dia todo pensando que talvez pudêssemos ter algum identificador luminoso (tipo o de carregador de celular, sabe?) para deixar as coisas um pouco mais simples. Algo assim, você conhece um rapaz bacana, sai algumas vezes com ele e um dia verifica seu identificadorzinho e percebe "olha só, estou apaixonada!".
Mas é claro que tudo que é mais simples não tem graça.
Eu gosto dessa sensação de não saber ao certo, de ter insegurança, de lembrar dele pensativamente questionando a mim mesma: será? Será? Gosto de não saber dar nome a essa alegria engraçada que fica pulando no meu peito todas as vezes que eu recebo um e-mail ou uma mensagem no celular. Eu gosto de quando a gente se olha e, de repente, nós dois ficamos tímidos e reina aquele silêncio danado.
Todas essas coisas talvez sejam sinais. Ou talvez não e isso que é o mais belo de tudo! Não dá pra saber, só dá pra sentir! E sim, EU SINTO MUUUUUUITO!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Desculpe, mas são para mim!

Eu acredito que geralmente as pessoas escrevem seus textos com o objetivo de afetar de alguma forma quem os lê. Este, sinceramente, não é o meu caso.
Shakespeare disse num de seus textos que falar alivia dores emocionais. Mas eu não sou nenhum pouco boa em falar - o que não significa que eu seja em escrever, rs!
De qualquer forma, vou encarar este blog como um tipo de terapia. Tipo aqueles diários que os psicólogos indicam para crianças (sabe Deus com que motivo, porque eu nunca fui num psicólogo - ainda -, mas já vi isso em filmes).
Sendo assim, me desculpem, mas as cápsulas são para mim!!!